Dando continuidade as postagens semanais
sobre a cultura japonesa e suas respectivas influências na nossa cultura,
falaremos sobre duas correntes culturais muito difundidas mundo a fora.
Os espetáculos e tradições, bem como as danças
japonesas são riquíssimas fontes de cultura e possuem grande responsabilidade
no desenvolvimento de diversas culturas mundiais.
Lembre-se, caso deseje ver melhor as imagens, clique nelas para ampliar.
Espetáculos
e tradições
O Japão costuma atribuir a honraria de patrimônio
cultural a diversos espetáculos de cunho histórico-religioso exibidos em todo o
seu território. É bem verdade que cada província possui sua própria lista de tradições
e espetáculos, culminando em inúmeros festejos realizados ao longo do ano.
Os festivais culturais japoneses são chamados
de Matsuri, e geralmente, são regionais, ou seja são desconhecidos em outras
regiões do país, porém outros de grande porte são conhecidos e adotados mundo a
fora.
Como o Brasil é um reduto da população Nikkei
(descendentes de japoneses nascidos fora do Japão) diversos espetáculos e tradições
foram adotados pelo estados de São Paulo e Paraná.
Mais precisamente nas cidades de São Paulo,
São Carlos, Curitiba, Ribeirão Preto, Londrina, Assaí, Paranavaí, Osasco,
Maringá, Mogi das Cruzes e São Roque.
A seguir irei apresentar alguns destes espetáculos
tão encantadores realizados em vários cantos do território japonês.
Ainda cita-se outras formas de espetáculos teatrais
como o Noh uma peça teatral que combina canto, pantomina, música e poesia; o
Rakugo, que seria mais ou menos como o nosso stand-up e o Yosakoi que é uma
canção de amor tradicional da província de Kochi.
Findando as amostras dos festivais, devo
relembrar que mesmo sendo grande a influência dos festivais e tradições
japonesas no Brasil, essas se encontram restritas as regiões Sul e Sudeste do
país, lar das maiores comunidades japonesas do país.
Danças
Sendo considerada uma das três artes cênicas da
antiguidade, ao lado do teatro e da música, a dança japonesa também possui suas
características próprias e únicas ao território japonês.
Basicamente catalogadas como danças cerimoniais
e religiosas as danças japonesas existem aos montes e acreditem ou não
influenciaram alguns estilos de dança conhecidos mundialmente.
A dança tradicional japonesa possui diversos
estilos, mas baseia-se principalmente em dois elementos essenciais o odori (folclórico,
exuberante e extrovertido) e o mai (diferenciado por uma conduta cerimonial,
introspectiva e tranquila). O ideograma resultante da combinação dessas duas
modalidades (mai + odori) é a palavra buyo (danças tradicionais).
Representação do mito de Amaterasu |
As lendas japonesas contam que a dança foi
criada pela deusa Amaterasu-Oho-Kami, a Grande Deusa Augusta que ilumina o céu,
que é a deusa do sol japonês. O kojiki (registro de casos antigos) conta que
Amaterasu se escondeu em uma caverna, depois de brigar com o irmão o deus
Susano-o. Sem Amaterasu para trazer o calor e brilho do sol, os outros deuses
cansados do frio e da escuridão começaram a dançar em volta da caverna para
atrair a atenção da deusa, com o objetivo de tira-la da caverna. Vendo as
sombras provocadas pela fogueira e ouvindo as vozes e risos dos outros deuses
Amaterasu curiosa saiu da caverna e o sol voltou a brilhar.
Odori e Bon Odori
Odori pode ser traduzido como danças tradicionais. O Odori é uma dança típica do Japão que resume-se a saltos e pulos e a canto repetitivo de uma simples oração o nembutsu. Basicamente os dançarinos davam pulos ao ritmo do sino, que acompanhavam as orações.
As marcas registradas do odori é a leveza dos movimentos e as roupas típicas usadas com o cunho especificamente religioso. Dançava se odori para pedir aos deuses fartura na colheita.
Na verdade o Bon Odori trata-se de uma espécie de festival de dia dos finados que acontece durante o verão nórdico (julho e agosto), onde ao pôr do sol, se dança para os espíritos que saem a noite.
São tocadas músicas tradicionais e o clima de alegria e gratidão domina as ruas, durante o bom odori também é realizado o banho de lama, para celebrar as almas dos antepassados, lanternas são acesas e para depois serem apagadas em referência a sabedoria dos antepassados. Esse festival ocorre em grande parte do Brasil, é possível visualiza-lo em comunidades de imigrantes japoneses nos estados de Santa Catarino, São Paulo, Goiás, Pará, Mato Grosso, Bahia, Brasília e outros estados.
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Nihon Buyo
Caracterizada pela inclusão do furi ao mai e ao odori. O furi são os gestos, movimentos e atitudes do corpo durante a dança, ou seja, a coreografia.
Durante o Nihon a bailarina usa sapatilhas para dançar, semelhantes ao ballet ocidental, os seus movimentos são ascendentes com os braços levantados acima da cabeça, corpo erguido nas pontos dos pés. Essa atitude de se colocar na ponta dos pés, é uma exemplificação da tentativa do homem de se libertar da terra e confirmar a própria existência.
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Shibu e o Kenbu
O Shibu ou Senbu é a tradicional dança do leque, onde o dançarino e/ou dançarina utiliza um leque para acompanhar sua movimentação, ou para dar mais elasticidade e desenvoltura aos movimentos.
O Kenbu é a tradicional dança marcial do leque e espada, e utiliza movimentos baseados em artes marciais para expressar um poema. Essa dança utiliza as formas atuais da arte e manifestam as influencias das artes marciais tradicionais como o Kendô, a luta marcial com a espada e o judô (ambas abordadas na parte II deste especial), há ainda traços de técnicas especificas e sofisticadas do teatro e artes cênicas.
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No que se refere as danças, ainda pode-se
citar o kabuki buyo, a kamigata-mai, a ryukyu buyo, o shishi-mai, o sarugaku e
outros inúmeros tipos de danças japonesas.
É evidente que as danças japonesas e os espetáculos
culturais mesmo praticados em território tupiniquim não possui muito espaço na
nossa cultura popular, restringindo-se apenas as comunidades de descendentes
japoneses, porém, com o crescimento do interesse do brasileiro por essa nação e
consequentemente por sua cultura, é evidente também que logo poderemos
visualizar os resultados dessas influências em nosso cotidiano.
E então se você gostou dessa postagem, se
identificou com algum festival ou estilo de dança comente, seu comentário é o combustível
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Julielton Souza