20 de mai. de 2015

Livro #27: A Batalha do Apocalipse de Eduardo Spohr

Preliminares

“Não é mais importante quem fomos, e sim o que somos e o que seremos. Todos temos os nossos pecados. Alguns já pagaram por eles, outros não, mas o que importa? Cedo ou tarde, todos terão de enfrentar a sentença. E não nos cabe julga-los. A nós, cabe apenas fazer o que achamos certo. Assim garantiremos nossa redenção.”


Sinopse

A Batalha do Apocalipse: Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo - Eduardo Spohr
Ano: 2012 / Páginas: 588
Editora: Versus

A Batalha do Apocalipse

A Batalha do Apocalipse - Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final.
Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo.
Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense.

Fonte Skoob: A Batalha do Apocalipse


O Autor

Gêneros Fantasia | Nascimento: 05/06/1976 | Local: Brasil - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro

Escritor, jornalista, blogueiro e participante do NerdCast, o podcast do site Jovem Nerd. É autor do romance best-seller “A Batalha do Apocalipse” e atualmente ajuda a gerenciar o selo editorial NerdBooks, voltado à literatura fantástica. É, ainda, professor da faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, onde ministra o curso “Estrutura Literária – A Jornada do Herói no Cinema e na Literatura”.

Fonte: Skoob do Autor


Dialética

A Batalha do Apocalipse: Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo de autoria do brasileiro Eduardo Spohr, foi e, é ao meu ver o maior exemplo de como a literatura brasileira pode ser fascinante.

Com suas 588 páginas, e suas 3 partes: A Vingadora Sagrada, A Ira de Deus e A Flagelo de Fogo o livro escrito por Spohr dá uma nova roupagem para as histórias conhecidas pelo homem a milênios, em suas páginas há uma mistura de realidade com ficção, história e crenças religiosas, que se chocam de tal modo que é impossível descrever, mas o maior encanto em tudo isso, é o fato do autor ter conseguido amarrar cada evento, cada situação muito bem.

Em primeiro lugar, o livro apresenta o personagem protagonista, Ablon, um querubim que era Primeiro General do Exército Celeste liderado pelo próprio Arcanjo Miguel, um tirano deixado no poder pelo próprio Deus, após os seis dias que deram origem a criação do mundo e da vida.

O grande drama do livro é a ausência de Deus, que supostamente caiu em um sono profundo durante o sétimo dia (dia da criação – leiam a Bíblia cambada) e deixou no comando do Éden e do mundo seus arcanjos Miguel, Rafael, Gabriel, Uziel e Lúcifer, liderados pelo primeiro, o que ocorre é que o Miguel da história não é o mesmo, ou melhor, não se parece com aquele que conhecemos, o soldado fiel, amante da humanidade que travou um sanguinária luta contra o Diabo e o expulsou do céu. Aqui, Miguel o todo poderoso, detesta a humanidade, e almeja sua aniquilação.

E eis onde entra Ablon o anjo renegado, líder dos exércitos abomina as ideias adotadas pelo líder dos anjos e juntamente a dezoito outros anjos se rebelam e batalham contra Miguel e seus asseclas, porém ao serem derrotados são atirados sobre a terra. Dos dezoito apenas Ablon consegue sobreviver a queda e a caçada impiedosa dos anjos contra os renegados.

Até ai já se dá pra perceber o quanto a fantasia criada por Spohr é única e fantástica, mas eis que ele vai além, mescla outros seres, como bruxos, magos, demônios e, é claro humanos em uma longa e árdua corrida contra o apocalipse e os planos de Miguel para destruir o mundo.

Trava-se uma quase eterna luta do bem contra o mal, onde batalhas sangrentas, destruições em massa e por que não amor salpicam o livro todo, criando um enredo digno de muitos filmes hollywoodianos.

Como disse antes neste livro, grandes acontecimentos históricos e religiosos estão conectados e nada é o que parece ser, somos jogados em flashbacks que remontam a criação, a construção e queda da Babilônia, o fim do Império Romano, os Otomanos tomando Constantinopla, o nascimento do ser evoluído mais tarde conhecido como Jesus (isso, no livro Jesus não é filho de Deus, ou melhor, é, mas não o filho enviado e sim mais um filho, como eu e você), acontecimentos terrestres e celestes que culminam em uma batalha contra o apocalipse criado por Miguel.

Miguel, é de longe meu personagem favorito, eu simplesmente adoro essas desconstruções de personagens famosos, quando ganham nova roupagem tudo parece mais brilhante, mais alegre, e mesmo que Spohr tenha transformado o Príncipe dos Anjos em um tirano sanguinário, Miguel tem um ar altivo, poderoso e constante, algo digno dos melhores vilões já conhecidos. Achei de grande criatividade dar-lhe a autoria de grandes eventos bíblicos como a destruição de Sodoma e Gomorra e o próprio grande dilúvio, pois de uma forma ou de outra, isso parece mais obra de um ser com sede de sangue de que de um Deus de amor e altruísmo.

Embora o conceito de Deus onipresente e onipotente tenha sido reduzido a um mero ser superpoderoso adormecido, e muitas pessoas tenham abandonado o livro apenas por estas peculiaridades, não vejo como um mal ou um atentado contra a religião e contra o próprio Deus, trata-se de outra desconstrução, algo necessário para a criação da fantástica aventura descrita neste livro.

Spohr criou um universo único e gigantesco, algo jamais visto, jamais imaginado, um exemplo de como a literatura brasileira pode sim, atingir autos patamares como muitos autores estrangeiros tem atingido no nosso país.

A Versus Editora acertou em cheio quando resgatou esta obra e a publicou. Sua edição deu um “Q” de relevância a obra, tornando-a o sucesso que é hoje, um sucesso que já excedeu os limites das nossas fronteiras e até mesmo foi publicado em outros países.

A Batalha do Apocalipse é uma leitura necessária, e indicada a todos os amantes de uma boa ficção, e até mesmo aqueles que possam vê-la como uma afronta a religião.

Aqueles de visão bloqueada pelo fanatismo, digo apenas tire as travas dos olhos e leiam com olhar literário, vejam tudo isso como apenas licença poética, uma grande obra ficcional e terão certeza do quanto este livro é impressionante.

5

 

 

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1 comentários:

  1. Julielton de Deus!
    Fiquei fascinada pelo livro, juro!
    Um enredo bem diferenciado do comum, o que já chama atenção por si só. E várias entidades fantásticas, maravilhoso!
    Amo tudo que se relaciona aos anjos e vê-los desconstruídos e refeitos pela visão do autor, travando uma batalha eterna entre o bem contra o mal, é um convite ao deleite.
    Fico bem orgulhosa em ver mais um autor nacional em destaque com sua obra criativa.
    Desejo uma ótima semana!!
    “A experiência é uma lanterna dependurada nas costas que apenas ilumina o caminho já percorrido.”(Confúcio)
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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Julielton Souza