10 de jan. de 2015

10 Coisas: As dez melhores leituras de 2014


Na onda das eleições das melhores leituras de 2014 que anda rolando pelos milhares de blogs existentes na blogosfera literária brasileira, o Dialética Proposital, resolveu entrar na brincadeira e elencar os dez melhores livros lidos no ano passado, segundo os critérios deste que vos escreve.
2014 foi um ano especial para a leitura, diferentemente do que ocorria nos anos anteriores, consegui ler muitos livros de boa qualidade, lançamentos em sua maioria, e alguns achados clássicos em sebos e bancas de jornal.
Acho que a qualidade das leituras se deva ao fator “X” existente esse ano, o desemprego, passei boa parte de 2014 procurando emprego e participando de concursos, e a leitura era a única maneira de distração que possuía, na verdade ainda é.
Por essa razão li nestes 365 dias, um total de 81 livros, saltando de 2.012 páginas lidas até 2013 para 19.326 segundo o skoob, é claro que essa conta inclui apenas os livros que possuo e não os diversos emprestados.
Foi difícil eleger apenas dez entre os oitenta e um livros que li, até porque muitas obras de qualidade deixaram de ser citadas, mesmo assim vamos lá.
Esse o meu Top 10 de 2014.


10° Lugar - Cidades de Papel – John Green
Eleger um dos livros do John para este top 10 foi difícil, primeiro porque todos os seus livros são bons, não ótimos, mas ainda sim bons. Segundo, ainda havia entre os lidos do ano o famigerado “A Culpa é das Estrelas”, livro do qual gostei bastante. Porém Cidades de Papel foi o último livro que li no ano de 2014 e mesmo com um final um quanto que decepcionante, foi uma das melhores leituras do ano.
Cidades de Papel tem seu charme, exatamente por abordar algo clichê, como o primeiro amor. Quentin Jacobsen é um adolescente como a maioria, vive apenas por viver, coexiste entre a vida familiar e a vida escolar, mas sua grande paixão por Margo o impulsiona em outras direções, o abstrai do vazio, e o movimenta. Esse é o charme do livro, porque demonstra o poder que o amor possui sobre as pessoas, mudando-as, moldando caráter, e até mesmo obrigando-nos a fazer coisas que jamais imaginamos fazer.
Embora não acredite no amor cegamente como o personagem deste livro, acho bonito a forma como John descreve as intenções do rapaz, e toda a sagacidade de Margo, além é claro de seus companheiros fieis, isso é claro contrastando com a ingenuidade de Q, as dúvidas e arrependimentos de Margo e a dificuldade dos garotos em continuarem amigos, mesmo após tantas fatalidades.

9° Lugar -  Fala Sério Pai – Thalita Rebouças
Um livro escrito em 2009 mas o qual somente tive a oportunidade de conhecer este ano. Fala Sério, Pai! é um livro leve, repleto de cenas de humor, e recheado com os mais puros sentimentos.
Sim, esse livro pode parecer um sketch simples, algo que poderia ser adaptado para o Zorra Total, mas supera a sua simplicidade, pois o humor que Thalita descreve é algo bruto e ao mesmo tempo singelo, é algo familiar.
O efeito que o livro provoca no leitor é justamente esse, o de te oferecer algo comum, de conhecimento amplo, afinal quem nunca passou por um momento divertido com a família?!
Thalita escreve acontecimentos do dia a dia, e transforma Malu na típica heroína das novelas adolescentes, aquela que não passa por nenhum perigo assustador, mas consegue prender o espectador com maestria, envolvendo-o em problemas simples, como o primeiro beijo, o toque de recolher, maquiagem, discussões tolas com os pais, coisas típicas da adolescente. Resenha aqui.

8° Lugar – Sobrenatural – Cynthia Hand
Foi difícil não elencar os dois primeiros livros da série, porque foi algo pelo qual me encantei de imediato, eu temia a leitura destes dois livros e os deixei mofando na estante por cerca de seis meses, até finalmente resolver lê-los.
Sobrenatural segue a linda dos Anjos Caídos, tema que esteve em alta lá pelos anos de 2009 a 2012, e como tal apresenta uma vertente única sobre essas criaturas fascinantes.
Em Sobrenatural temos de tudo um pouco, Arcanjos, Nefelins, Anjos Caídos e principalmente mistérios, acompanhar Clara Gardner na sua tentativa falha de cumprir com seu propósito é hilário. Embora não seja este o foco das duas narrativas, Sobrenatural consegue ser engraçado e fofo, sim, consigo achar alguma coisa fofa.
Mesmo detestando o típico triangulo amoroso, neste livro ele não é piegas como na maioria, porque, nem sempre o protagonista é o centro das atenções, antagonistas esquecidos e sufocados quase a trama toda, saltam de seus esconderijos e tomam conta de capítulos inteiros, impelindo os personagens principais em uma linha temporal totalmente contrário ao que se espera. Isso me conquistou de imediato, o fato de que o previsível e o destino não significam nada, pois, o que importa é o seu desejo de ser ou fazer aquilo.

7° Lugar - Will e Will – John Green e David Levithan
O livro dos personagens homônimos foi o primeiro com temática GLS que li na vida. E confesso li temendo encontrar cenas bizarras, mas pelo contrário encontrei algo jamais imaginado, uma leitura leve a maior parte do tempo, recheada de comédia escolar, e embalada por sérios problemas comportamentais.
O livro destes dois gênios da literatura, não é um livro sobre um romance gay, não é mais que isso, é um alerta aos preconceituosos, grupo ao qual eu pertencia. Esse livro me fez ver de forma diferente a vida. Pois apresentou duas pessoas com nomes iguais, mas com uma vida totalmente diferente, ambos inseguros, e perturbados pelas diversas escolhas que serão obrigados a fazer na vida. É fácil se identificar com pelo menos um dos Will, e não foi diferente comigo, me identifiquei com o Will do John, o hetero, que prefere não se importar, que acha melhor manter-se a margem.
O mais importante neste livro é a mensagem que ele carrega: “não importa seu gênero, sua aparência, suas escolhas, o que importa é você. Você sendo o que você é, sem medo, sem receios de sair do armário da vida e escancarar seus dentes sorrindo para o mundo.” Resenha aqui.

6° Lugar – Lagoena: O Portal dos Desejos – Laisa Couto
Lagoena era algo pelo qual não daria nada, parecia uma cópia barata de algo já eternizado, ledo engano, trata-se na verdade de algo sublime e simples ao mesmo tempo, algo capaz de te conquistar a cada página. Laisa Couto escreveu algo único e ao mesmo tempo semelhante, uma aventura por outro mundo, uma missão, alguns inimigos, muitos desafios, a mesma formula usada tantas vezes por grandes nomes, porém, aqui conta com uma escrita diferente, contagiante, e apaixonante.
As aventuras de Rheita uma menina de dez anos em busca de respostas para o seu passado e o paradeiro de seu pai, em um mundo onde até mesmo as arvores escondem perigos mortais. Lagoena é o típico reino encantado, repleto de magia e dominado pelo caos e medo, Rheita é a heroína escolhida para restabelecer a ordem e a paz, aquela que dará fim aos desmandos do terrível Imperador do Caos. Uma leitura que vale a pena conhecer. Resenha aqui.

5° Lugar - Sangue na Neve – Lisa Gardner
Sangue na neve, é o primeiro livro policial que me conquistou e me fez amar o gênero. Sangue na Neve tem de tudo um pouco: assassinatos, chantagem, sequestro, corrupção, um caso que parecia simples mas que toma proporções assustadoras a cada pista revelada.
Neste livro a detetive. D.D. Warren se vê presa em uma trama digna de filmes policiais ganhadores de Oscar, investigar a morte do marido da Trooper (policial rodoviária) Tessa Leoni.
O que ela encontra aqui é uma trama tão bem emaranhada que é difícil compreender e juntar as pistas. Em todo o livro você recebe dicas de como tudo aconteceu, e se pergunta se Tessa é mesmo a criminosa disposta a matar a própria filha e o marido, até que tudo começa a ser revelado e você se vê diante da mais profunda prova de amor materno, e então se pergunta, até onde vai uma mãe para proteger seu filho?
Gardner me surpreendeu com este livro, pois, foi além das investigações policiais, rompeu os limites dos romances investigativos e estabeleceu uma nova ordem para o desenrolar de uma trama cheia de surpresas e perspicácia.

4° Lugar – Scarpetta – Patrícia Cornwell
Scarpetta é o primeiro livro da série escrita por Cornwell que leio, mas é o decimo sexto livro da série, embora não tenha lido os quinze primeiros a leitura deste não prejudica o entender da trama, pois, mesmo remetendo ao passado em diversos momentos, o livro aborda algo novo, algo diferente de tudo visto nos livros anteriores.
Neste livro Kay Scarpetta a perita legista da CNN se vê obrigada a investigar um assassinato fora do comum, uma anã é estrangulada e o único suspeito é o seu namorado o também anão Oscar Bane.
Ao longo da trama Kay é jogada no meio das conspirações, enganações e artimanhas de uma mente doentia e perigosa, o assassino conhece mais do que demonstra e segredos escondidos no passado começam a ser revelados.
Aliada a grandes nomes da investigação criminal Kay vai as últimas consequências para desvendar esse caso, mesmo que isso coloque sua vida em risco.
O diferencial desta trama está justamente por apresentar pessoas com peculiaridades, segredos e traços psicológicos distintos unindo-se para elucidar um caso policial que a princípio parecia simples.
Recheado de perigo, mortes, corrupção, sociopatia e segredos, Scarpetta surpreendeu do início ao fim.
A melhor leitura policial do ano.

3° Lugar - Cidade da Meia-Noite – J. Barton Mitchell
Um livro que beira a distopia. Uma ficção sensacional e bem engendrada. A Saga da Terra Conquistada aborda tudo que os fãs de sci-fiction procura, alienígenas, sociedades destruídas, humanos zumbificados, amor, duvida, surpresa, traição, lutas e perseguição.
O livro de Mitchell surpreende pela qualidade da narrativa e pela bela descrição. Somos obrigados a gostar de Holt, Mira, Zoey e Max, os quatro personagens centrais da trama, e que buscam respostas para o que aconteceu com a terra anos atrás, quando os Confederados chegaram em suas naves blindadas e quase indestrutíveis.
Todos os adultos desapareceram de uma única vez, e as crianças ao completarem dezoito anos são abduzidas por um vírus chamado estática que zumbifica adultos e adolescentes próximos a maioridade.
Cabe ao quarteto descobrir como vencer a estática e entender o porquê dos Confederados terem invadido a terra.  

2° Lugar - O Mediador e o Mistério da Ceifa – Bruna Figueira
Um nacional que me surpreendeu e muito, O Mediador aborda temas mitológicos bastante popularizados, a morte, os ceifeiros de alma e os anjos.
Neste belo romance escrito pro Bruna Figueira acompanhamos Christine e sua busca por respostas, porque apenas ela consegue ver o Anjo da Morte, o que aconteceu de verdade no dia em que seu pai morreu, e por que aquele homem de olhos prateados meche tanto com seus sentimentos.
Passando por paisagens brasileiras bem conhecidas, o livro de Bruna é instigante, apaixonante e deveras revolucionário.
Uma leitura única e que pede mais. Resenha aqui.

1° Lugar – Extraordinário – R. J. Palacio
Conhecido por todo mundo, não é necessária muitas justificativas para ocupar tal posição.
Extraordinário é único, é diferente, é especial assim como seu protagonista, o garoto August. Em cada página lida, você se sente triste, alegre, apaixonado, revoltado, e principalmente se sente questionado.
Questiona-se sobre comportamentos passados, sobre críticas desnecessárias as diferenças dos outros e se vê por um prisma totalmente diferente, se vê no lugar de Augie, sentindo o ódio, o desprezo, a pena, o nojo e mesmo o amor que ele desperta nas pessoas.
Extraordinário foi um livro que me fez repensar e que provocou grandes mudanças no meu interior, uma leitura mais que recomendada.














1 comentários:

  1. Li alguns dos citados, mas nem entram na minha lista dos mais legais não...rs
    Mas Extraordinário vale e mto ler <3

    Andy_Mon Petit Poison
    POISON BOOKS - Mundo Novo (Chris Weitz) bit.ly/1DZsNKE

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Julielton Souza